quinta-feira, 23 de abril de 2009

Bibliografia

Ao construirmos este blog, recolhe-mos informação em varias paginas Web, páginas de informação geral e até mesmo páginas pessoais.
A grande fonte de buscar foi o site www.wikipedia.com e dentro do mesmo pesquisa-mos nos seguintes subtemas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sebastianismo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Frei_luis_de_sousa

Mas o site que deu uma grande ajuda este blog foi:

http://www.jayrus.art.br/Apostilas/LiteraturaPortuguesa/Romantismo/Almeida_Garrett_Resumo_e_analise_de_Frei_Luis_de_Souza.htm

Todos os textos existentes neste blog, foram editados por nós, corrigimos, cortamos e até acrescentamos informação a já contida nestes mesmos sites.

Fichas de trabalho

Agora que já sabes tudo sobre a peça, vamos meter a prova todos os teus cunheçimentos.

Carrega nos link´s abaixo e faz alguma fichas completando os exercicios:

Ficha 1

Ficha 2

Ficha 3


Boa Sorte :)

Sebastianismo

De uma forma muito resumida:


O Sebastianismo foi um movimento místico-secular que ocorreu em Portugal na segunda metade do século XVI como consequência da morte do rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578.
Por falta de herdeiros, o trono português terminou nas mãos do rei Filipe II.

Apesar do corpo do rei ter sido enviado para Belém, o povo nunca aceitou o facto, divulgando a lenda de que o rei se encontrava ainda vivo, apenas esperando o momento certo para volver ao trono e afastar o domínio espanhol.

Características Românticas

- Nacionalismo: as personagens falam e agem, demonstrando um patriotismo:
“– O meu nobre pai! Oh, meu querido pai! Sim, sim, mostrai-lhe quem sois e o que vale um português dos verdadeiros!”

- Idealização de personagens femininas: Maria, D. Madalena, D. Joana de Castro são exemplos das mais diversas virtudes. O segundo casamento de D. Manuela não chega a ser uma atitude pecaminosa, posto que procurou por D. João de Portugal durante sete anos, investindo uma grande quantia de dinheiro nessa procura. Somente quando todos, excepto Telmo, desacreditaram na possibilidade de D. João estar vivo, consolidou sua união com D. Manuel. Maria, por sua vez, é citada como um anjo de bondade.

- Pessimismo: é facilmente detectado no diálogo das personagens:
“– Meu adorado esposo, não te deites a perder, não te arrebates. Que farás tu contra esses poderosos?”
“Crê-me que to juro na presença de Deus; a nossa união, o nosso amor é impossível.”


Notamos que esse pessimismo explícito abre portas ao metafísico, sob a forma de presságios e agouros, que disputam, em pé de igualdade com a fé popular. Algumas personagens acreditam em Deus, mas crêem igualmente que seus medos e suas sensações são avisos de que alguma coisa ruim realmente acontecerá:
“...não entremos com os teus agouros e profecias do costume: são sempre de aterrar... Deixemo-nos de futuros...”
“... agora não lhe sai da cabeça que a perda do retrato é prognóstico fatal de outra perda maior, que está perto, de alguma desgraça inesperada, mas certa, que a tem de separar de meu pai.”


- Sentimentos e emoções conturbados: não há paz e tranquilidade no relacionamento das personagens principais. Amor e medo caminham juntos, gerando atitudes precipitadas e movidas pelo desespero:
“...peço-te vida, vida, vida... para ela, vida para a minha filha!”
“– Se Deus quisera que não acordasse!”
“– Vamos; eu ainda não me intendo bem claro com esta desgraça. Dize-me, fala-me a verdade: minha mulher...– minha mulher! com que boca pronuncio eu ainda estas palavras! – D. Madalena o que sabe?”


- A Natureza: também não se apresenta sempre tranquila. Vimos na descrição do Tejo que suas águas ficam furiosas quando o tempo muda:
“Mas neste tempo não há de fiar no Tejo: dum instante para o outro levanta-se um nortada... e então aqui o pontal de Cacilhas! Que ele é tão bom mareante...”

- Escapismo: quando a situação adquire uma carga insuportável de sofrimento moral e emocional, os protagonistas não enfrentam o repúdio da sociedade e aceitam o refúgio na vida religiosa:
“– Madalena... senhora! Todas estas coisas são já indignas de nós. Até ontem, a nossa desculpa, para com Deus e para com os homens, estava na boa-fé e seguridade de nossas consciências. Essa acabou. Para nós já não há senão estas mortalhas (tomando os hábitos de cima da banca) e a sepultura dum claustro.”

Análise dos Actos e das Cenas


Primeiro acto:
- Subdivide-se em doze cenas.
- Câmara antiga e luxuosa dos princípios do século dezassete.
- Apenas um retrato do cavaleiro D.Manuel de Sousa Coutinho.
- Menciona a posição das portas que será contrária no acto seguinte.
- Começa num início de tarde em Lisboa.


Segundo acto:
- Subdivide-se em quinze cenas.
- Palácio, em Almada, que pertencera a D. João de Portugal.
- O salão antigo, de gosto melancólico e pesado, cria um contraste com o cenário do primeiro ato.
- Há vários retratos, entre eles os do Del-rei D. Sebastião, Camões e D. João de Portugal.
- A posição das portas faz, como no primeiro ato, referência ao interior e exterior do ambiente. A inversão causa uma sensação de real mudança de habitação.
- O aspecto religioso transparece através da Capela da Senhora da Piedade e da Igreja de São Paulo.
- Não é mencionado em que parte do dia este ato se desenvolverá.


Terceiro acto:
- Subdivide-se em doze cenas.
- Ocorre na parte baixa do Palácio, onde encontramos a Capela da Senhora da Piedade da Igreja de São Paulo nos Domínios d’Almada.
- Os móveis e a ornamentação intensificam a melancolia do ambiente. A simbologia da cruz de tábua negra com o letreiro INRI sugere sacrifícios de cunho religioso.
- As cores, além de mais escuras, são acrescidas do peso dos materiais de que são feitos os objectos: castiçal de chumbo.
- A iluminação nocturna, composta de tochas e velas, não dispensa a declaração de que o acto começa na total ausência de luz solar: “é alta noite”.

Os três actos desenvolvem-se em ambientes diferentes que acompanham o clima de tensão, e colaboram de forma graciosa para a sua intensificação. O declínio de luzes e cores dá o exacto tom sombrio e triste, que vai de econtro ao destino das personagens.
A descrição dos cenários é feita de forma objectiva, assemelhando-se a uma lista de ingredientes.

Analise das Personagens

Personagens Principais:

- D. Manuel de Sousa Coutinho (protagonista): herói romântico; filho de Lopo de Sousa; segundo esposo de D. Madalena; fidalgo honrado e religioso; abandona o nome de baptismo ao ser convertido em frei. Passa a chamar-se Frei Luís de Sousa.

- D. Madalena de Vilhena: foi esposa de D. João de Portugal; mulher recatada, virtuosa, cristã, dada a presságios; converte-se também à vida religiosa, recebendo o título Sóror Madalena. Os seus temores a impediram de desfrutar plenamente a felicidade de estar casada com D. Manuel. Revela que se apaixonou pelo segundo marido antes de ficar viúva e sente-se culpada e pecadora.

- D. João de Portugal: guerreiro honrado e generoso; parece ser cruel e vingativo, mas perdoa a esposa; pede a Telmo que salve D. Madalena e D. Manuel do triste fim que os aguardava.

- Maria: filha do segundo casamento de D. Madalena; aos treze anos apresenta-se como menina pura, inteligente, perspicaz, intuitiva, estudiosa e que gosta de ler. É carregada de virtudes que a diferenciam das outras meninas da sua idade. É muito influenciada por D. Telmo.
D. Madalena afirma que a menina não ouve, não crê, não sabe senão o que Telmo lhe diz. Sofre de tuberculose e morre no final da peça.

- Telmo: escudeiro que ajudou a criar D. Manuel, e antigo amigo da família que dizia amar Maria como se fosse sua filha. Alimenta os temores de D. Madalena e não impede que ela e o marido se entreguem ao claustro. Desejava a todo o tempo o retorno de D. João de Portugal.

- Frei Jorge: irmão de D. Manuel; evita que Telmo apresente a solução proposta por D. João de Portugal para livrar a família da degradação social. Portador do discurso católico que promete consolar os sofredores, caso se convertam à religião e aceitem os desígnios de Deus.

- Miranda e Doroteia: criados de D. Manuel e D. Madalena. Doroteia é a aia de Maria.

- D. Joana de Castro: tia de Maria que abandona o esposo para se tornar freira.

- Romeiro: D. João de Portugal que retorna do cativeiro na Terra Santa e não é reconhecido por D. Madalena.

Observações:
- As personagens são descritas ao longo da peça e através dos diálogos das personagens.
- Não há referências aos atributos físicos das personagens, excepto em raríssimos casos como o de Maria que sabemos ser uma menina franzina.
- Os criados não são descritos de forma alguma; somente seus nomes e suas ocupações são mencionados. A classe fidalga é privilegiada neste sentido.
- As personagens Telmo e Frei Jorge crescem no terceiro acto, tornando-se fundamentais para o desfecho trágico da peça.
- Almeida Garrett trata D. Sebastião e Luís Vaz de Camões de forma tão atenciosa, que podemos considerá-los personagens secundárias.

Contexto Histórico e Resumo

“Em 1578, o rei D. Sebastião desapareceu na Batalha de Alcácer-Quibir. Não tendo deixado herdeiros, houve uma longa disputa pela sucessão.
Entre os pretendentes estava Filipe, rei da Espanha, que anexou Portugal ao seu império em 1580. O domínio espanhol duraria sessenta anos (1580 a 1640).
Criou-se nesse período o mito popular do "Sebastianismo", segundo o qual D. Sebastião, retornaria para reerguer o império português.
Entre os nobres desaparecidos em Alcácer-Quibir estava D. João de Portugal, marido de D.Madalena de Vilhena.

Tendo esperado durante sete anos o retorno do marido, D.Madalena acabou por contrair segundas núpcias com Manuel de Sousa Coutinho. Entretanto, vivia angustiada com a possibilidade de que o primeiro marido estivesse ainda vivo.
Suas angústias eram alimentadas por Telmo, o fiel escudeiro de D. João.
Essa situação perdurou por vinte anos, no fim dos quais, D. João, que realmente estava vivo, retornou a Portugal.
Revelada a sua identidade, no ponto culminante da peça, o desespero domina todas as personagens.
No desenlace trágico, Manuel Coutinho e Madalena resolvem tomar o hábito religioso, como forma de expiação; durante a cerimônia, Maria, filha do casal, tomada pela vergonha e pelo desespero, morre aos pés de seus pais.
A atitude de Manuel de Sousa Coutinho em relação ao domínio espanhol assim como o retorno de D. João de Portugal (associado, evidentemente, ao sebastianismo) inserem-se na temática nacionalista, tão cara aos românticos da primeira geração."